sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fortaleza - Chico buarque

Fortaleza
Chico Buarque

Composição: Indisponível

A minha tristeza não é feita de angústias
A minha tristeza não é feita de angústias
A minha surpresa
A minha surpresa é só feita de fatos
De sangue nos olhos e lama nos sapatos
Minha fortaleza
Minha fortaleza é de um silêncio infame
Bastando a si mesma, retendo o derrame
A minha represa

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

XX

Eu odeio não querer
Antes tudo se queria em mim
Qualquer vaga esperança de novos sentidos
Sentimentos, cravado na pele
A paixão de cada um postos em mim.
Meus, integrados em mim

Já não quero
E não querer é a cicatriz
De tudo que quis, sem saber.
Não querer, é preocupação
Já quero, o que quis longe

Agora, adiante, não vou querer mas nada
Saber o que não quero, é próximo da estrada
De saber o que quero
E eu não quero

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Charles Bukowisk

Eu não sou erótica
Sou pornô vulgar, Sem sensualidade.
Sou para chocar
Sem sexo, só cenas. Obscenas.

Posso ser pornô erótico, mas sem preliminar
Eu gosto é do “encaixe”, com toda brutalidade
Dos seios já de fora, da carne
Eu gosto é de comer, trepar, falar, gritar, chupar, morder
Pra mim a palavra é fuder!
Arranhar, lamber

E perder o ar, indecente, eloqüente
Na cama,
Eu gosto de ser
Pornô e vulgar

terça-feira, 25 de novembro de 2008

XVII

As notas de minha imaginação que surgem, fraseando a tua voz
E fluem dançando em minhas mãos, flamejam em minhas coxas e descansam.
Não são palavras, são passos flutuando, conhecendo meu corpo
Presos, em mim. Como num ninho, entre as minhas pernas

A voz que escuto são ritmos sonoros do teu pensamento suspenso
Da leveza da minha boca, calada.
Te imagino brincar com formas de desenhos modernos
Te imagino imaginando, o contorno límpido de rostos amarelos
Ouço o eclipse interior, que decorreu em outros tempos, em fim, acabar

Se, por acaso, esquecer, ou se não te contei do motivo!
Não deixe o tempo se apressar, não me deixe deixar de lembrar
Que o que me veio como um inesperado sonho
Pulando em minha figura liberta,
O que transforma meus sentidos indelicados
É a calma inquietação, do teu riso cálido.

XVIII

O bebê que chora sozinho no berço
As pessoas que gritam dentro da carne podre
Os cães, que trepam nas esquinas, em fila
Os mortos, e o erro humano atribuido a Deus
As arvores, com sua necessidade de ficar no mesmo lugar
Os loucos e suas verdades confusas e marginalizadas
O céu, o mar e a terra
Que por um súbito de segundo procede morta em sua órbita
Ao sol, que há de se apagar. Ah se há!
Pelos canalhas, putas e livres de espírito
Rodam pelas estradas, duros e pálidos
Aos olhos vazios e as lagrimas de dor
Para a análise infertil
Há conduta lasciva, imposta a alma porca!
Ao impulso sujo
O julgamento egoista
E o preconceito pré-adquirido
Ao assassino vil
Há morte alimentada pela vida, alheia...
Há melodia desafinada e utópica.
Aos gatos disciplinados.
E o sangue compulsório a sangrar.
Para a lua, que é cumplice dos libertinos
Com suas cachaças e insanidades depreciadas, invejadas...
Ao sexo sifílico
Há brasa, o fogo do cigarro
As crianças violadas, que sentiram prazer, que sentem...
Aos homens fracos, pérfidos, vagos, brochas, corajosos e covardes, bêbados, frigídas e bostas...
Ao bebê, as pessoas, aos cães, os mortos, árvores, loucos, ao céu, a órbita, ao sol, aos canalhas, a dureza, aos olhos, há análise, há conduta, ao impulso, o julgamento,o preconceito, o assassino, há morte, há melodia, aos gatos, o sangue, a lua, a cachaça, a insanidade, o sexo, a brasa, as crianças.... Á glória!!
Há glória do distúrbio da razão!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

samia

Eu me sinto, assim como oca
Assim como, meio, amofinar
Me toco, fumaça
Me ouço, aborreço
Penso, conflitos, desisto

Sinto-me, assim, como amuada
Como um buraco, quase torpe
Desejo, adoeço
Esqueço, esqueço
Troco, apavoro

Me sinto assim, com um buraco no dente
Assim como assado, cozido, passado
No erro, eu sou herói
Se a dor me vem assim, acabada
Eu sinto um sorriso, quase murcho
E me sinto meio, quase, assim.

XVI

eu sou uma risada
e a mascara pintada, o adesivo de cuidado
com uma seta ao lado
uma cara de culpado, com quatro pernas
pisando em falso

eu sou a mentira sincera
afogada em redemoinho imaginarios
eu pago e não vou buscar
me bate que eu não vou revidar

eu sou o cigarro e o vinho
sexo frágil
mas sempre com um tiro pra dar
eu sou o que se ver e tudo em mim é irreal

eu sou fora da lei, eu sou o maior mal

tempo

Um dia me perguntaram sobre as horas, e eu disse que tinham acabado, então me perguntaram do tempo... eu disse que não passava em horas

Pseudo Blog

abrindo o blog....