domingo, 23 de outubro de 2016

A dificuldade de dar-se

É difícil pensar em sentimentos futuros
Aqueles que não temos
Mas sabemos de sua existência
Talvez
            
               O cuidado
                                
                                  Não seja pra mim
Não está no meu sol
Não está no meu marte
Meu vênus é o descontrole
                                                  Do sexo

O sentimento, de tão novo, não nasceu
                                                                       Do meu ventre.
Já estou com os cintos apertados
Com toda a velocidade
                                           Só não me fale de amor
Que, de certo,
                         Entenderei

                                            Obsessão.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Poema de despedida

Já sei que posso
Dormir
Sem ti
Javali
Bicho bruto de olhar doce
Minha mãe e meu pai
Carente curumim, ainda não sabe o que sou
As vantagens da idade
                                    Talvez

Saber disfarçar-se
Pode ser o “mito do mistério da mulher”
Misturado com minha transpiração.
Esse lugar que sou, que causa duvidas até para os moradores
                                                                                                  Do coração e da alma

Imagine pra ti
Bichinho poeta
De peito ainda apertado com certos contratempos
                                                                                Que a vida dá

Que pode ser até engraçado. As vezes são belos caldos
Seguiremos curumim
Com minha mão no teu coração
Pra te lembrar

Que a ilusão não vai nos abicorá.

sábado, 15 de outubro de 2016

XI

Percebo que enquanto me desespero..
Meu pescoço trava e a partir dele
Luto contra minha visão, minha boca, minha língua
Meu corpo

Enquanto o controle me é negado
Por meu espírito genioso, impulsivo
Minha cabeça se espalha..
Minha razão se separa pela epilepsia do meu coração

Me torno um animal revertido de instinto
Pronto pra despedaçar qualquer sorriso

Enquanto me despedaço
Falo.. o que não falo
Sinto.. o que não sinto
Me perco, tudo dentro de mim.. me vence

Me torno mudo, o que fala, não sou eu
O que grita é a paixão indomável
Um verso da loucura que não pude matar

Quando me liberto, esqueço tudo
Perco o sentido
Passo de onça pra cadela... com o rabo entre as pernas
Procuro um sentido, uma única brecha
Tento me justificar
Mas não dá...
Num segundo sou pantera
No outro estamos machucados por ela

Xl

Vou te mandar um poema de amanhã 
De manhã cedinho
De manhã difícil de levantar
Das noites em hai cai
De sentimentos avulsos
De lembranças, memórias palpáveis
Só a nuvem pra guardar tantos sentimentos
Intactos
Sartrianos
Guardado nos moveis, nos livros
Nos quadros 
Na estante para os papéis 
Do que só existe em nós
Na presença de si, além do despertar
Te desejo bom dia
Te aguardo em desejo na noite

Xl

O corpo que treme na deliciosa dor do seu
Não é meu. 
Meu espaço se expande, até onde não sou
Até onde não fui pra gozar como gaivota
Como arara, bem ti vi na janela
Onde o sol não raia
E a hora não desperta meus olhos.
Até onde não fui pra tomar aquele café
Até onde não sou pra sentir as intrépidas garras da noite
Nos seus braços
No riso que não existe mais
No espaço infinito do tempo
Que nunca vi passar. 
Meu coração, templo sem dimensão
Sua boca, madruagada