segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sou seca
Uva e ameixa
Sou semente amarga
Sou um pote sem nada
Um amor sozinho
Um carinho moldado
Um corpo que cai
Amarrado
                                                                                                                                           

terça-feira, 22 de abril de 2014

Pou

Toda hora eu quero me esfregar

                                                Te cheirar
Me desmaiar na tua preguiça
Desvendar todas as tuas manhas
Todo fim do dia me enrrolar na tua culpa
Teu choro de arara do cil
Teu beijo molhado de covardia, ferro e fogo...
                                                                       Mesmo sem saber
Quando chegar o dia que todo dia a gente não queira junto
Eu vou me transformar
                                  de tanto não querer querer sozinha
Na tua réplica
Vou fingur que não quero
Vou me forçar imprestável
Porém como tu, vou querer o mundo todo
Vou me desejar útil, vou me forçar maduro
Mas dentro de mim, só vou querer teu corpo
NU
EM ALMA
EM PELO
Meu ar é teu cheiro
Meu touro guardado em mim

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

S

Tão novo e já conhece a tristeza

E já entendeu que a angústia veio pra ficar

Tão novo e já não ver a luz no fim do túnel

Não tem seu choro ouvido

Seu lamento atendido

Pobre da pequena criatura

Com suas mãos pequenininhas

Perdidas na imensidão de sentimentos complicados

Que nem os adultos deveriam sentir

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Noite

Sinto o vermelho quente dos teus olhos que não estão voltados para mim

Sinto a ardência aguda da tua língua que não tocam os meus seios

Nus

Gritando teu nome

E o sussurro que meus ouvidos não sentiram ecoam com o tum tum tum do meu coração dentro do meu 
corpo sem ti

Quanto tempo será que passa nessas horas profundas

Nesses minutos instantes

Que se perdem na minha espera por ti, que respira ao meu lado

Porém... em um espaço alternativo

Isolado, excluso do meu

De repente me tocas
....
....
....

- Bora dormir amor?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os Dias

O caso é que eu sou velha
Apesar de não gostar de charutos. Gosto das cartas e do Whisky
Mas não tenho amigos, o que não é um problema na era tecnológica
Tenho um notebook, internet e uma geladeira

Quantas pessoas, como eu, ficam entediadas tomando uma cerveja com o computador?
Quantas pessoas, como eu, não tem a difícil sorte de amar?

Tenho o dia todo, passo à tarde sozinha
O coração cheio, mas a casa vazia
A casa cheia de todas as companhias ligadas na tomada
Cheia de ladainhas de outras pessoas solitárias

Quantas pessoas, como eu, choram abrindo a geladeira?
Quantas pessoas, como eu, ouvem somente o som do silencio na porta?

Ouço só meu pensamento no ritmo de uma musica qualquer
Sentindo o amargo do copo, da espera, da espera do nada
De um calor, um calor de outro ser como eu

Que, como eu, não sabe.
Como eu, não sabe o gosto de uma pele quente numa tarde de sábado.