quinta-feira, 14 de outubro de 2010

X

Percebo que enquanto me desespero..
Meu pescoço trava e a partir dele
Luto contra minha visão, minha boca, minha língua
Meu corpo partido em dois

Enquanto o controle me é negado
Por meu espírito genioso, impulsivo
Minha cabeça se espalha..
Minha razão se separa pela epilepsia do meu coração

Me torno um animal revestido de instinto
Pronto pra despedaçar qualquer sorriso

Enquanto me despedaço
Falo.. o que não falo
Sinto.. o que não sinto
Me perco
Dentro de mim.. tudo me vence

Me torno mudo
O que fala.. não sou eu
O que grita é a paixão indomável
Um verso da loucura que não pude matar

Quando me liberto, esqueço tudo
Perco o sentido
Passo de onça pra cadela... com o rabo entre as pernas
Procuro um sentido, uma única brecha
Tento me justificar
Mas não dá...
Num segundo sou pantera
No outro estamos machucados por ela

Trevo

Um velho trevo seco...
Foi o que restou daquela brisa da cara
Do que era uma impaciência paciênte
Da solidão mofada..
E a saudade incúravel

Um trevo seco fechado...
Em qualquer livro sem sonhos
Despedaçando vagarosamente
Esquecendo do vento, do verde
convertendo-se no marron e do marrom
Transparente

Cansei de esperar...
De ouvir qualquer ruído e olhar pros lados
Impaciênte ou clemente?
Me deixando definhar
Me entregar
Esperando ele ou o fim?
Meu fim premeditado
Sempre foi um erro não me controlar...

O que posso fazer?
O que posso dizer?

Paciência Baby..
Tem alguém que não vive sem esse sorriso.