quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Conheço

Me reconheço, afasto.. minha máscara..
O céu, me reconheço... me enlaço
Meu véu..
Não penso, dispenso, corro, não me interessa
Me escorrega. O sangue...
Me digere. O coração..
Se transcreve, confunde: medo, sexo, medo, solidão, amor.
Só distrações, só alucinações... me reconheço.
Procuro não distrair, me admitir
Minha sujeira..
Minha corrupção violenta..
Me reconheço
Silêncio.

Uma dor
Uma certeza da impossibilidade das coisas se deitarem cálidas
Da distância da paz
Do desassossego que me rodeia, que me palpita a alma
É... do quase eterno desespero da espera
Me sufocar, me amarrar os punhos...
Ter que me escolher por noite.. por dia..
Fazer papéis
Há muito não me caibo mais. Embora nunca.
E passo minhas horas angustiadas...
Marcando, torturando...
Decidindo quais demônios matar (quais me são possível matar)
Pra poder alimentar os outros, os que gemem atordoados Por cada ano que passa
E os vai tornando famintos, imortais, sedentos..
Por me enlouquecer.