sexta-feira, 29 de julho de 2011

Não me venha mais

E pra mim que me deixo levar?

Qual será o nefasto destino que me espera?

Qual será a bebida amarga que encontrarei no meu cálice ao beber?

Qual será a próxima surpresa cruel que o vento irá lançar sob meu coração?

Eu vou seguindo pela estrada do acaso, me deixando respirar pelo vento

Me deixando dançar por blues noturnos, por homens obscuros

Me deixando amar por quem quiser

Esperando essa estrada findar, sem pensar

Cantando, porque não tenho motivo pra sorrir

Não aqui

Não me peça calma, só assim consigo me rasteja

Me deixe assim, pois assim estou bem

Não me confunda, Essa foi a ultima noite de joguinhos

Não me faça mais chorar com suas mentiras corporais sonoras cheias de mel

Você me largou no asfalto, baby

E eu cai na estrada, agora to na estrada, baby

Não venha querer me tirar, não venha mais

Nem Quando em meus ouvidos só sejam sussurrados uivos de um Howlin' Wolf

Nem Quando meus pés só estejam calçados de fantasia e cores

Nem quando o refrão inunda todos meus movimentos

E eu senti todo meu amor de volta. Não me venha mais.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A chuva...
Não pára.
Como o coração
Como a falta...

A chuva não descança.
não vacila.
e as enchentes..
Rolam dentro de mim.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Foi

Foi-se meu tempo de mulher amada
De mulher despenteada e feliz
Que não se importava, que nada faltava

Foi-se meu tempo de mulher encantada
Que aos olhos do homem, também amado, era uma feiticeira
Uma heroína invencível.

Foi-se a felicidade enlouquecida,
E las chanciones de l’amour
E os versos escondidos, e os sussurros, os calafrios....

Alguma coisa ficou,
Alguma coisa sem jeito, sem riso
Alguma coisa insatisfeita... E perdida
Talvez coisa do passado
Pergunto-me, onde teu amor foi parar?
Onde se apagou aquela explosão...?

Pois eu...
Ainda estremeço
Oras de amor...
Oras de medo...

sábado, 23 de abril de 2011

O Fruto

Me faz lembrar que posso ser tocada, e não cobrada
Me faz pensar que cobrar é como não amar
E não amar, não é pra mim.

Quando vi
Me fez sentir que estava morta
Como uma ilusão de esperança
Um fio de sanidade entreposta com a imensidão de toda a loucura do mundo
Por um segundo em vários minutos, me sentir desistir...
Tudo é fumaça e estar no ar, e esta aqui, não lá
Onde eu to, é onde tudo se perde da imaginação
É onde tudo se encontra
Onde eu to, não é aqui
Porque prisão, não é pra mim

E me entendendo como coisa sem lugar
Sem corpo, sem forma
Serei uma folha à meus olhos
Serei a folha que se desprende sem deixar de ser folha
Sem se separar de outras folhas
E virarei poeira, e virarei o vento, e serei o som
Minha ardência melancólica de te ter por perto sem poder
De te ter desinteressadamente, será minha, será do som

E poderei te sussurrar toda a agonia desesperada, que tua pele cálida me fez passar
Pra poder te tocar, me transvirei em sopro, para que me sintas, além
Pra que me sintas morder e me ouça suspirar
Me faz sentir como se fizesse tudo pra esquecer, pra quardar o que não cabe
Pra saciar fora de mim, o que meu amor não permite
Porém,minha carne sim.
Me faz sentir como se tudo fosse possível
Porque o impossível não é pra mim.