quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

S

Tão novo e já conhece a tristeza

E já entendeu que a angústia veio pra ficar

Tão novo e já não ver a luz no fim do túnel

Não tem seu choro ouvido

Seu lamento atendido

Pobre da pequena criatura

Com suas mãos pequenininhas

Perdidas na imensidão de sentimentos complicados

Que nem os adultos deveriam sentir

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Noite

Sinto o vermelho quente dos teus olhos que não estão voltados para mim

Sinto a ardência aguda da tua língua que não tocam os meus seios

Nus

Gritando teu nome

E o sussurro que meus ouvidos não sentiram ecoam com o tum tum tum do meu coração dentro do meu 
corpo sem ti

Quanto tempo será que passa nessas horas profundas

Nesses minutos instantes

Que se perdem na minha espera por ti, que respira ao meu lado

Porém... em um espaço alternativo

Isolado, excluso do meu

De repente me tocas
....
....
....

- Bora dormir amor?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os Dias

O caso é que eu sou velha
Apesar de não gostar de charutos. Gosto das cartas e do Whisky
Mas não tenho amigos, o que não é um problema na era tecnológica
Tenho um notebook, internet e uma geladeira

Quantas pessoas, como eu, ficam entediadas tomando uma cerveja com o computador?
Quantas pessoas, como eu, não tem a difícil sorte de amar?

Tenho o dia todo, passo à tarde sozinha
O coração cheio, mas a casa vazia
A casa cheia de todas as companhias ligadas na tomada
Cheia de ladainhas de outras pessoas solitárias

Quantas pessoas, como eu, choram abrindo a geladeira?
Quantas pessoas, como eu, ouvem somente o som do silencio na porta?

Ouço só meu pensamento no ritmo de uma musica qualquer
Sentindo o amargo do copo, da espera, da espera do nada
De um calor, um calor de outro ser como eu

Que, como eu, não sabe.
Como eu, não sabe o gosto de uma pele quente numa tarde de sábado.