terça-feira, 28 de junho de 2016

XX

A voz que acalanta o pranto
Agora grita, chora e agoniza
Sem fim
Sem mim
Aqui dentro
Em alguma parte que não pode ser eu
Mas é
Mas será
Mas evolui pra ser
Não, meu amigo
Não venha mais
O vinho acabou
O fumo desfez
Não posso mais receber visitas
Não faz mal. Já partiu ou já parti
Ainda não sei
Ou sei...
Quem sabe, eu não.

A lembrança dos sentimentos passados ainda me arremetem
E me despem
E me cansam
Dançam
Saltitam
São como brasas em carne viva
São como o urubu na carniça

Aquela tarde estava linda
Quase toda verde
Era como uma pausa interior
Uma pausa transcendental
Pena eu não estar lá
O eu, que pode ser A
Que pode ser E
Que pode não ser 
Eu.
Não permite pausas sem castigos

Meu tempo é outro,
Tempo sem respeito
Sem seguimento
Não ando no meu tempo
Pago
Pago
Pago
Pago

Caro.

Uma música da Beyonce



Uma música da Beyonce, na cabeça, sem parar
Acendo um beckys
Me encontro cheia de nada
Com xeiro de xixi seco
Não sei de onde vem...
Fraldas, lençóis, roupa suja
Minha costa entorna as dores dos excessos
Eu não senti a dor de parir
Mas o peso se sente pra sempre
E as vezes é suave

Desconcerto


Desconcerto
Certo
Mimicamente desconexo
Meu verso
Desverso
Tenho
Nojo da tua cara
Sinto falta do teu
sexo
Oral
Só...

O Tempo

A dor vem no grito 
O choro sai na ânsia
Que num sorriso não vem
Destrai.