Submersa.
No contrário da estrutura farei minha morada
Não assobiarei mais
Nem mais pronunciarei os sons comuns do mundo
Meu canto recolhido
Fora de mim
Para não haver riscos
Abismo rubro
Distorcido do distorcido
Abaixo da parte mais alta do infinito
De hoje é lá que estarei
E não pronunciarei mais
Esses sons já conhecidos
Não reconhecerei mais
Nenhum órgão palpitará em solidão
Nem a de haver órgão!
Retornarei a unidade do átomo
E minha voz não será voz
Me expandirei para cada grão de areia e
para cada gota de água
Vagarosamente
Me desfazendo em partículas subatômicas
Extinguida de toda forma
Eu não pronunciarei mais nada
Quero
Submersa
Perder-me.
2019
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